São Paulo não é um cidade que apresenta muitos arranha-céus.

Nela existem não mais que 60 edifícios com 30 ou mais andares, os quais poderiam ser considerados arranha-céus.

O primeiro a atingir esse número foi o Edifício Martinelli, finalizado em 1934.

Por mais de uma década o Martinelli foi o maior edifício do Brasil e o mais alto da América Latina.

Na década de 1950 ele entrou em um período de decadência e abandono. Foi desapropriado pela prefeitura do município em 1975, a qual pertence até hoje.

Razões para poucos arranha-céus em São Paulo

Talvez provavelmente a principal razão para haverem poucos arranha-céus em São Paulo seja o incêndio no Edifício Joelma.

Com o nome atual de Edifício Praça da Bandeira, foi inaugurado em 1972, com 25 andares, dois quais 10 de garagem.

O Joelma ganhou fama devido ao trágico e triste incêndio sofrido em 1974.

O acidente, que causou 187 mortes e mais de 300 feridos, só perde em número de vítimas para o acidente das Torres Gêmeas, em Nova York.

Antes disso, em 1972, houve no Edifício Andraus um outro incêndio que também ficou marcado na história da cidade.

Assim, São Paulo seguiu por quase quatro décadas de restrições na construção de edifícios com mais de 30 pavimentos ou 100 metros de altura.

É preciso mudar, e de forma adequada

Antes de tudo a cidade precisa estar pronta para receber arranha-céus.

Assim, o planejamento urbano da cidade deve ser revisto para atrair investidores interessados em construir e pessoas interessadas em utilizarem e ocuparem edifícios altos.

Por outro lado a lei de zoneamento da cidade, revista há menos de 10 anos, não se apresenta suscetível aos arranha-céus, ao menos não em grande parte das regiões aonde poderia haver a permissão desse tipo de construção.

As regras atuais limitam a maior parte da cidade em até 28 metros, ou 8 andares de altura. Pelo máximo permitido pode-se chegar até 48 metros, ou 16 andares de altura.

Em algumas zonas não há limite previsto para o gabarito de altura máxima.

Todavia, outra restrição, o coeficiente de aproveitamento máximo, faz com que, na prática, os edifícios nessas regiões possam atingir por volta de 26 andares.

Polêmicas a respeito dos arranha-céus

Em primeiro lugar, as revisões no plano diretor da cidade geram algumas situações controversas.

Por exemplo, a lei anterior permitia que fosse aprovado um projeto, no bairro do Tatuapé, aonde se construiu o que se tornou o mais alto edifício de São Paulo.

178 metros de altura, em 50 andares

Porém, pela lei atual, o mesmo edifício teria que ser reduzido pela metade.

Assim, áreas que sofreram reduções no direito de construir causam o convívio entre duas situações. A anterior, com uma padrão de construção com menos limitações, com atual em padrões mais restritivos.

Isso causa desproporções entre as edificações próximas. Em alguns pontos ‘surge’ um único edifício entre casas e construções térreas.

Desse modo, começam as reclamações dos que são contrários à verticalização das cidades.

Sombras, corredores de ventos, falta de vagas para estacionar na rua, barulho, esses e outros fatores são apontados como ‘problemas’.

Por um lado, com razão. Entretanto, as causas dos problemas não seriam alguns poucos arranha-céus, mas sim, a falta de hegemonia na altura ao não se manter áreas dentro de um padrão já concedido.

Vantagens

Sobretudo, a vantagem econômico é evidente.

Quando se é possível construir mais alto o aproveitamento do terreno pode ser duplicado, triplicado, quadruplicado.

O maior número de unidades em um edifício também representa redução na cota condominial.

Soluções de automação, telemetria, coleta e reciclagem, geração de energia, entre outras tecnologias inviáveis em edifícios menores tornam-se possíveis em arranha-céus.

Por fim, a construção pode ser ofertada a um preço menor por unidade, propiciando novas ofertas de unidades em regiões da cidade já saturadas.